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A mostrar mensagens de agosto, 2023

O COLÉGIO DOS JESUÍTAS NA PARAÍBA

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Prédio da antiga Faculdade de Direito da UFPB. Esse prédio remonta ao início da colonização de João Pessoa juntamente com o Palácio da Redenção e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição (antes São Gonçalo) que formavam o conjunto dos Jesuítas na Paraíba, na antiga Filipéia de Nossa Senhora das Neves. O Colégio dos Jesuítas funcionou até a expulsão dos Jesuítas. Depois no século XIX, a partir de 1836 começa a funcionar o Lyceu Paraibano (que ainda existe desde 1939 em outro prédio, sendo portanto anterior ao Dom Pedro II no Rio). No século XIX ainda, segundo Walfredo Rodrigues em Roteiro Sentimental de Uma Cidade, o curso de formação de normalistas funcionava no andar superior, e o Lyceu (para homens) na parte inferior do prédio. O Curso Normal foi transferido ainda no século XIX para prédio onde hoje é a Biblioteca Pública na Rua General Osório (antes Rua Nova, via aberta no século XVI com a fundação da cidade). Segundo informações do Prof. Dr. José Flávio Silva, onde hoje é o Palácio

VARGAS "CRIA" O PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA NO BRASIL

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(Foto oficial de Vargas no período democrático) VARGAS "CRIA" O PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA NO BRASIL O princípio da eficiência foi expresso no texto constitucional brasileiro após a Emenda Constitucional n° 19/98. Entretanto, o princípio da eficiência não é novo no ordenamento jurídico brasileiro, nem desconhecido dos doutrinadores que citam as Reformas Administrativas anteriores. O Estado brasileiro a partir da década de 1930 passou a adotar o modelo de administração burocrática. Toda organização burocrática tem como princípio fundamental o princípio da eficiência (BRESSER PEREIRA e MOTTA, 1979, p.17). Esse é o ponto de diferenciação da organização burocrática para os demais sistemas sociais, segundo ainda Bresser Pereira e Motta. As organizações buscam sempre o aumento da eficiência. Sem esse objetivo não existe organização . A Administração Pública enquanto organização também busca aumentar a sua eficiência. Portanto, independentemente de constar ou não em documento legal

A REFORMA BUROCRÁTICA DE GETÚLIO OU REFORMA DO SERVIÇO PÚBLICO

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(Foto Oficial de Getúlio Vargas Década de 1930) A REFORMA BUROCRÁTICA DE GETÚLIO VARGAS Pode-se dizer que a administração pública brasileira passou por transformações significativas desde a década de 1930. Contabiliza-se três reformas importantes, sendo que a impressão que se tem é que nem todas tiveram um rumo que permitisse total implementação de suas idéias. Assim, em 1936 tem início a Reforma Burocrática que a partir de 1945 começa a ser prejudicada com o retorno de práticas clientelistas próprias do modelo de Estado patrimonialista. A partir da década de 1930, a Administração Pública brasileira passou a apresentar características diversas das existentes que perdurou desde o descobrimento do país até o início da Segunda República. Até 1936, o modelo apresentado era de um Estado patrimonialista, com suas raízes no Estado patrimonialista português (BRESSER PEREIRA, 1998, p.163), caracterizado pela identificação da coisa pública como propriedade dos poucos que pertenciam ao quadro

INÊS DE SOUSA (RIO) ANTECEDE À CLARA CAMARÃO (TEJUCUPAPO)

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(Rio, século XVI. Internet. Portal da Prefeitura do Rio de Janeiro) INÊS DE SOUSA É ANTERIOR À CLARA CAMARÃO Resolvi fazer a postagem sobre Inês de Sousa, porque vi na internet (Instagram) postagem que dá conta que Clara Camarão foi a primeira mulher no Brasil a liderar outras mulheres contra invasões europeias, citando a Batalha de Tejucupapo em Goiana, Pernambuco, no ano de 1646. A heroína da nação potiguar teve intensa luta contra os holandeses, sendo importante para a história da Paraíba e do Nordeste. Mas a primazia coube à Inês de Sousa, esposa do segundo Governador do Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá, que liderou bravamente mulheres contra a invasão de franceses na cidade carioca no final do século XVI. Foi tão bem sucedida que os franceses só retornaram ao Rio nos anos de 1710/1711. A primazia cabe à Inês e não à Clara. Laura Berquó

EXPULSÃO DOS HOLANDESES: O ESPAÇO URBANO DA CAPITAL PARAIBANA

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ROTEIRO SENTIMENTAL DE UMA CIDADE de Walfredo Rodrigues. O segundo capítulo é de extrema importância para entendermos a ocupação do espaço urbano na capital da Paraíba a partir do início do século XVIII, após quase 60 anos da expulsão holandesa. A capital paraibana era pouco desenvolvida em termos de ocupação do espaço urbano em virtude da precariedade deixada com a saída de recursos (sobretudo de judeus que se mudaram para o interior), por conta de resquícios da invasão holandesa que não desenvolveu a Capitania da Paraíba. As ruas principais da então capital paraibana, após a Restauração, eram de terrenos de terras devolutas ocupados por diversos possuidores que buscavam regularizar a sua situação. Ruas atuais como General Osório (antiga Rua Nova) até a altura do Palácio, Rua Sá Andrade (antiga Bela Vista) e Duque de Caxias (antiga Rua Direita) tiveram seus terrenos inicialmente adquiridos dessa forma, com vários terrenos na condição de terra devoluta que foram requeridas como sesm

POMPEIA: O 24 DE AGOSTO DE 79 d. C.

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Em 24 de agosto de 79 d.C., o Vesúvio após vários dias emitir sinais de fumaça, finalmente entrou em erupção, embora a população desconhecesse o perigo que corria. Na obra "Vida, Morte e Ressurreição de Herculano e Pompeia", Comte Curte informa que a população de Pompeia, no fatídico ano de 79 d.C ., era resultado da miscigenação de povos da Antiga Grécia com um povo autoctone da região da Campania chamado 'oscos'. Naquele dia 24 de agosto, Pompeia e Herculano tiveram a maior parte de sua população morta não pela lava, mas pelo inferno das nuvens piroplásticas que cozinhavam cérebros em 8 segundos, segundo um documentário que vi no History Chanel há alguns anos. Quem conseguiu fugir, fugiu pelos portos. Se os ventos estivessem favoráveis e tivessem levado as nuvens piroplásticas para longe teria dado tempo para mais pessoas fugirem antes da lava cobrir Pompeia. A obra acima 'Os Últimos Dias de Pompeia' de E. Bulwer Lytton (foto acima da Internet) eu li por c

OS 79 ANOS DA TRAGÉDIA DE PADULE DI FUCECCHIO: TIO FRANCESCO TADDEI

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OS 79 ANOS DA TRAGÉDIA DE PADULE DI FUCECCHIO Tio Francesco Taddei Para ex-Presidente da República que faz apologia à tortura, estimula aglomerações em pandemia, o que são os civis mortos em uma guerra? Assustador que praticamente a metade dos eleitores brasileiros tenham dito sim a esse tipo de gente, publicamente anti-vida e com posturas necrófilas. Hoje faz 79 anos do massacre de Padule di Fucecchio, na Toscana - Itália. Era a Segunda Grande Guerra Mundial. Esse da foto é meu tio-avô Francesco Taddei, civil italiano morto aos 16 anos, nesse episódio trágico, quando estava caminhando para o trabalho no roçado. Essa foto foi tirada um dia antes de sua morte. Era camponês. No bolso da calça só portava o retrato da moça que ele gostava. Na aldeia dele, Galeno, a 50 minutos de Florença, 8 pessoas morreram no bombardeio contra os alemães. Galeno é uma aldeia da comuna de Fucecchio. Não havia mais alemães ali. Mas segundo minha avó, os norte-americanos bombardearam assim mesmo. Os site

DIA NACIONAL DA IMIGRAÇÃO CHINESA

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(Foto Internet) Dia da Imigração Chinesa no Brasil Segundo Lamounier, os chineses chegaram ao Brasil a partir de 1813 para plantação de chá a pedido de Dom João VI, antecedendo a imigração europeia que teve início na década de 1830 com o fim oficial do tráfico negreiro e com as companhias que lucraram com a vinda de europeus, dentre elas a do Senador Vergueiro. A presença chinesa se fez forte na cidade do Rio de Janeiro ainda em inicio de pleno século XX, com a quantidade de famílias chinesas pobres que moravam no Morro Castelo e eram responsáveis pelo tráfico de ópium, segundo nos conta João do Rio e Luís Edmundo. Aos meus antepassados chineses, a minha gratidão. Laura Berquó

538 ANOS DA CONQUISTA DA PARAÍBA E A FUNDAÇÃO DE FILIPEIA

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(Foto Internet) A CONQUISTA DA PARAÍBA E A FUNDAÇÃO DE FILIPEIA A tentativa oficial de colonização da atual Paraíba tem início em 1534 com a doação da Capitania de Itamaracá a Pero Lopes de Souza, irmão de Martim Afonso de Souza que iniciou oficialmente o processo de colonização do pais em 1532 por determinação do Rei Dom João III. Pero Lopes de Souza tem importância para a história da Paraíba e Pernambuco, porque foi o primeiro donatário da Capitania de Itamaracá, nunca tendo assumido a administração por ter morrido em 1539, sendo sucedido por seus filhos Pero e Martim, filhos com sua esposa Isabel de Gamboa, que não fizeram avanços à frente da Capitania. Segundo R. Villa-Boas (1890), coube ao Donatário João Gonçalves tornar a então capitania próspera. Porém, devido a uma grande tragédia ocorrida em 1574 foi criada a Capitania Real da Paraíba. A Paraíba é desmembrada de Itamaracá, sendo o único estado brasileiro nascido de uma tragédia. Todas as tragédias ocorridas na Paraíba fo

AS MATRIARCAS JUDIAS DO NORDESTE

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AS MATRIARCAS JUDIAS DO NORDESTE A casa da foto é atualmente um centro de artesanato em Olinda-PE, mas no século XVI teria funcionado a primeira escola para moças no Brasil e também sido uma Sinagoga clandestina. A propriedade teria pertencido a Branca Dias Coronel e seu marido Diogo Fernandes Santiago, ambos judeus. Ela chegou aos 27 anos no Brasil. Antes, passou uma década em Portugal presa e se defendendo das acusações do Santo Ofício. Conseguiu fugir para cá, onde o marido já se encontrava, mas sua mãe e irmã foram mortas pela Inquisição. Ela é o símbolo do judaísmo no Nordeste, um tipo de matriarca dos cristãos-novos nordestinos. Branca Dias Coronel teve vários filhos e criou a filha do marido nascida aqui na sua ausência. A menina se chamava Briolanja, um nome que se popularizou em fins da Idade Média na Península Ibérica. Muitos filhos de Branca Dias Coronel foram enviados para Lisboa, porque após a morte dela e do marido veio uma visita do Santo Ofício. As ex- alunas da Es

DO ACHADO DO TESOURO NA PARAÍBA

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DO ACHADO DO TESOURO NA PARAÍBA Uma das formas de aquisição da propriedade móvel é o que chamamos de "ACHADO DO TESOURO". Essa forma de aquisição é muito comum na Paraíba, pelo incrível que pareça, tanto no litoral norte paraibano e cidades próximas, desde o tempo das incursões francesas como das invasões holandesas, bem como no semiárido, em virtude da necessidade de esconder riquezas dos cangaceiros que invadiam propriedades rurais e cidades. Os tesouros estão geralmente escondidos em área de propriedade rural e pelo conhecimento popular, você sempre encontra o tesouro após um sonho que revela a localização, geralmente com a alma do antigo proprietário ou proprietária do lugar, dando início à "caça " das botijas. O tesouro é uma "fortuna" enterrada em algum local, seja no subsolo ou emparedada em antigas propriedades com paredes falsas, sendo que não se consegue mais identificar o antigo dono e muitas vezes o período histórico, quando consiste em ou

A CONSTRUÇÃO MAIS ANTIGA DA PARAÍBA

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FORTE VELHO A construção mais antiga da Paraíba (ou o que restou dela) fica na zona rural do município de Santa Rita, na Grande João Pessoa. Fica numa região alta de onde se vê toda a foz do Rio Paraíba e a outra margem que atualmente é o município de Cabedelo e João Pessoa. O Forte Velho foi uma fortificação feita pelos franceses, antes mesmo do surgimento da Capitania Real da Parahyba do Norte, ou seja, antes do desmembramento desta da Capitania de Itamaracá, quando da Tragédia de Tracunhaém em 1574. O Forte Velho é anterior a essa data, portanto. Os franceses se aliaram aos Potiguaras para poderem ter acesso ao pau-brasil e ao algodão que sempre foram abundantes no litoral paraibano. Atualmente, as ruínas do Forte Velho se encontram numa propriedade rural canavieira. A foto é de minha autoria e data de janeiro de 2018. Para maiores informações vocês podem ler "O Sumário das Armadas ou História da Conquista da Paraíba" de autor anônimo e que data aproximadamente de 1585

ENRICO FERRI E O DELITO PASSIONAL: BEM ANTES DO STF

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Aproveitando o ensejo da decisão do STF em rejeitar a tese de legítima defesa da honra como uma das justificativas para prática de feminicídio e aceita como "excludente de ilicitude", que em nosso ordenamento foi abolida desde 1830, mas se manteve como prática cultural ratificada por jurados do fato, trago a obra de ENRICO FERRI: 'O Delicto Passional na Civilização Contemporânea' é um breve ensaio escrito na primeira década do século XX pelo criminalista positivista italiano Enrico Ferri, pai da Sociologia Criminal. Nessa obra o Autor corrobora mais uma vez que somente as hipóteses de excludentes de Ilicitude são capazes de isentar a responsabilidade criminal. O Autor afirma que o ímpeto passional não é justificativa plausível para absolvição de "delinquentes passionais" enumerando vários tipos de paixões como a amorosa, o ódio, o ciúme e demais sentimentos que possam servir de pretexto para levar o ser humano a delinquir. Inclusive ressalta que esses sen

SOBRE O FILME DA BARBIE E O CONSUMO COLONIALISTA

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SOBRE O FILME DA BARBIE E O CONSUMO COLONIALISTA Gente, agora com o filme da Barbie, muitas bonecas e produtos estão bombando. As roupas usadas no filme, cada modelo em uma boneca chega a R$ 300,00. Eu tenho 03 Barbies de tipos diferentes que comprei a R$ 30,00 há alguns anos. Amo bonecas. Mas agora aumentaram de preço. A Mattel conseguiu ampliar seu público justamente produzindo Barbies diferentes do tipo loiro e esguio. Hoje temos Barbies negras, ruivas, gordinhas, baixinhas, cabelo curto, sem cabelo, cacheado e por aí vai. Uma ótima forma de lucrar com identidades e identitárismos numa visão consumista e acrítica. Zigmunt Bauman informa em seu livro "Europa. Uma aventura Inacabada" que as roupas da Barbie têm na sua cadeia produtiva trabalho infantil da Sumatra (sexta maior ilha do mundo, localizada na Indonésia e com aproximadamente 60 milhões de habitantes, segundo a Wikipedia). O mesmo autor também informa na mesma obra que a Nike utiliza na sua cadeia produtiva a mã

SUGESTÃO DE LEITURA: O VERÃO DE 80 DE MARGUERITE DURAS

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MUNDO DO TRABALHO E A LITERATURA No livro "O Verão de 80" de Marguerite Duras temos a abordagem da Greve Geral de Gdansk, na Polônia, que foi marcada para o Verão de 80. Era uma greve geral em um país comunista e que ascendeu a figura do líder sindicalista eletricista Lech Walesa. Criado em fins de agosto de 1980, o Sindicato Solidariedade teve que se manter na clandestinidade. Livro em que a autora aborda inclusive outras questões geopolíticas, além dos acontecimentos em Gdansk. Laura Berquó

AS DESCRIÇÕES DA CAPITANIA DA PARAÍBA EM 1639

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"DESCRIÇÕES GERAIS DA CAPITANIA DA PARAÍBA" escrita em 1639 pelo Governador/Capitão-Mor holandês ELIAS HECKERMAN. É um dos poucos documentos descritivos sobre a Capitania Real da Paraíba até o período do domínio holandês (1634-1654). Trata da chegada dos holandeses pelo Varadouro, entrando o Rio Paraíba em 22.12.1634. Descreve toda a capital daquela época e os prédios existentes. Ele morava no Convento de São Francisco.. A obra está dividida em 03 partes: a primeira trata dos aspectos gerais (história desde a conquista, senhores de engenho do período português/espanhol e do período holandês e seus respectivos engenhos com as devidas mudanças com a invasão holandesa, descrição geográfica da Paraíba do litoral sul ao litoral norte, indo até a região do brejo e agreste próximo ao que é hoje Campina Grande e Alagoa Grande, descrição das bacias hidrográficas do Rio Paraíba, Mamanguape, Mumbaba, Tibiri, Gramame, Miriri, etc, bem como a origem e significado de seus nomes, as rela