538 ANOS DA CONQUISTA DA PARAÍBA E A FUNDAÇÃO DE FILIPEIA

(Foto Internet) A CONQUISTA DA PARAÍBA E A FUNDAÇÃO DE FILIPEIA A tentativa oficial de colonização da atual Paraíba tem início em 1534 com a doação da Capitania de Itamaracá a Pero Lopes de Souza, irmão de Martim Afonso de Souza que iniciou oficialmente o processo de colonização do pais em 1532 por determinação do Rei Dom João III. Pero Lopes de Souza tem importância para a história da Paraíba e Pernambuco, porque foi o primeiro donatário da Capitania de Itamaracá, nunca tendo assumido a administração por ter morrido em 1539, sendo sucedido por seus filhos Pero e Martim, filhos com sua esposa Isabel de Gamboa, que não fizeram avanços à frente da Capitania. Segundo R. Villa-Boas (1890), coube ao Donatário João Gonçalves tornar a então capitania próspera. Porém, devido a uma grande tragédia ocorrida em 1574 foi criada a Capitania Real da Paraíba. A Paraíba é desmembrada de Itamaracá, sendo o único estado brasileiro nascido de uma tragédia. Todas as tragédias ocorridas na Paraíba foram capazes de mudar o curso da história e quem pode nos dizer melhor sobre todas é Gilvan de Britto na obra "Opus Diabolli". A causa é cantada até em cordel. Uma potiguara de rara beleza era filha do Morubixaba dos Potiguara e viviam onde hoje se localiza o município da Baía da Traição. O genro mameluco fugiu com a bela potiguara desobedecendo ao Morubixaba. O caso foi levado pessoalmente às autoridades portuguesas que determinaram que a jovem fosse reintegrada a sua nação. Os irmãos ao voltarem de Olinda já com a bela potiguara, pediram para pernoitar no engenho do cristão-novo Diogo Dias, onde atualmente é o município de Goiana-PE (ainda Tracunhaém) Mas a irmã havia desaparecido. Os Potiguara invadiram o engenho do cristão-novo Diogo Dias e mataram mais de 600 pessoas, mas não conseguiram ter de volta a bela potiguara. A tragédia culminou na criação da Capitania Real da Paraíba e levava a expressão "Real", porque passou a ser uma capitania administrada diretamente pela Coroa. Segundo o historiador José Leal, desde 1574 a 1584 foram 5 expedições para a "Conquista da Paraíba". Em 1574, houve a primeira tentativa, segundo José Leal (1965) quando o Rei Dom Sebastião determinou ao Ouvidor Geral Fernão Silva que erguesse uma fortaleza em solo paraibano. Trata-se provavelmente do que restou de Forte Velho, segundo Hackermans? Mas o registro diz que a expedição contra Potiguaras e Franceses foi mal sucedida. Ainda prossegue o autor que a segunda expedição comandada pelo Ouvidor Geral Fernão Silva a mando do Rei Cardeal Dom Henrique, tio de Dom Sebastião, também foi um insucesso pela resistência Potiguara. Essa expedição foi financiada por Frutuoso Barbosa. Em 1579 houve outra expedição capitaneada por João Tavares, com relativo sucesso por conseguir, segundo ainda José Leal, a construção de pequenas casas chamadas "Porto da Casaria", mas sem grandes avanços. Em 1582 nova expedição bancada por Frutuoso Barbosa, com perdas afetivas para este, como a morte do filho, e o fracasso da expedição pela resistência Potiguara e francesa. Nesse tempo, Portugal já se encontrava sob o poder político da Espanha. Em 1584 nova tentativa pela Coroa Espanhola, tendo à frente o General Diogo Flôres Valdez e o Ouvidor Geral Martim Leitão. Essa expedição, segundo José Leal teve uma melhor sorte culminando com a construção do Forte Velho e conseguindo resistir aos ataques Potiguaras. Um registro que deve ser feito é que tanto a área do atual Rio Sanhauá como a área do Rio Paraíba onde iniciou a capital paraibana e a construção do Porto da Casaria, segundo a obra anônima de 1585 "Sumário das Armadas" eram aéreas ocupadas por Morubixabas Tabajaras sendo um deles Piragibe. Razão pela qual as expedições de 1582 e 1584 contaram com menos ataques e maior tolerância, mas por parte dos Tabajara e não dos Potiguara. Quem ficou à frente na Paraíba da incipiente organização do Forte e da defesa contra os Potiguara e os piratas franceses de pau brasil, foram, novamente Frutuoso Barbosa e o espanhol Francisco Castejan. Chega o decisivo ano de 1585, conforme nos conduziu até aqui José Leal. A conquista da Paraíba que se confunde com a fundação da Capital por motivos óbvios, ocorre em 05.08.1585, devido aos ataques dos Potiguara à defesa dos portugueses, com apoio dos traficantes franceses contra os ibéricos. A situação fez com que Itamaracá mandasse reforços e o português João Tavares, após longas tratativas conseguiu convencer o líder Morubixaba Tabajara Piragibe a entrar em acordo com os Potiguara para que não houvesse mais disputas e resistências para o início da Colonização da Paraíba, acordo esse que foi selado em 05.08.1585, dia de Nossa Senhora das Neves, razão pela qual se tornou padroeira oficial. Mas é somente em 04.11.1585 que chega na Paraíba pacificada o Ouvidor Geral Martim Leitão para entregar o alvará de fundação oficial da cidade com o nome de Filipeia em homenagem ao Rei Espanhol. A nossa atual cidade de João Pessoa já nasceu cidade e não Vila, sendo portanto a terceira cidade mais antiga do Brasil desde 04.11.1585. O que se comemora em 05.08.1585 é a conquista da Paraíba. Frutuoso Barbosa se torna o primeiro Governador da Paraíba. Laura Berquó

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