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A mostrar mensagens de outubro, 2023

A SECA DE 1877 E A PARAÍBA I

Ainda tratando de A PARAÍBA E SEUS PROBLEMAS, a Seca de 1877, embora José Américo de Almeida (1887) não fosse nascido para testemunhar os horrores da multidão de retirantes, foi um episódio que marcou com certeza a memória de Areia, pela narrativa que ele faz cheia de detalhes. O episódio de antropofagia da menina Maria, de 05 anos no município de Pombal atraída com uma boneca por Dionísia dos Anjos, dá o tom do espetáculo de horrores. Nessa onda migratória do sertão para o litoral, muitas famílias sertanejas se fixaram na capital. A Paraíba é pouco maior que o Estado do Rio de Janeiro, mas por seu formato comprido entrando a oeste do território nordestino, o cortejo de retirantes deve ter durado semanas, já que a maioria vinha a pé. Nessa onda migratória, fixou-se na capital a família do escritor paraibano Coriolano de Medeiros, fundador da Academia Paraibana de Letras, hoje conhecida como Casa de Coriolano de Medeiros. Coriolano era bebê quando chegou na capital. Como legado de sua i

"A PARAÍBA E SEUS PROBLEMAS": O GRANDE JOSÉ AMÉRICO DE ALMEIDA

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(Foto Internet) Em 2023 completou 100 anos da publicação da obra A PARAÍBA E SEUS PROBLEMAS do paraibano de Areia José Américo de Almeida. Embora eu tenha algumas impressões negativas sobre a pessoa de José Américo de Almeida devido à Revolução de 30, não há como negar a sua grandiosidade intelectual. É sem dúvida um dos grandes vultos que a Paraíba forneceu ao Brasil. Eu tinha 19 anos quando li pela primeira vez A PARAÍBA E SEUS PROBLEMAS. Passei 2 meses deprimida com a leitura interrompida, devido às passagens da obra que tratavam das misérias provocadas pelas secas e sobretudo pela descrição do cheiro dos corpos dos retirantes cujas reservas corporais se "autoconsumiam" em passagem vista pelo município de Areia. Era a Seca de 1877. A procissão de corpos quase nus e fantasmagóricos. Para piorar a minha depressão a passagem da cena antropofágica da menina de 05 anos devorada em Pombal. A fome e a seca levavam a situações inimagináveis no século XIX. Mas em estudo acurado J

VAMOS EVITAR O APAGAMENTO? QUANDO REQUERI O TOMBAMENTO DO TEMPLO DE MESTRE JARDECILHA

EPA HEY! OS DIREITOS DAS MULHERES E MINORIAS! Publicando em segunda-feira, 14 de dezembro de 2015 no endereço virtual: https://epahey2015.blogspot.com/2015/12/estao-me-queimando-na-ufpb-mas-temos.html?m=1 ESTÃO ME QUEIMANDO NA UFPB! MAS TEMOS TRABALHO PARA MOSTRAR! PREZAD@S, APENAS PARA ESCLARECIMENTO, PORQUE ANDAM ME QUEIMANDO NA UFPB. PENSE NUMA PANELA DE DESOCUPADOS. PRIMEIRAMENTE CARTA ENDEREÇADA AO PREFEITO CONSTITUCIONAL DE ALHANDRA EM 2013. ISSO PORQUE AGORA ESTÃO DIZENDO QUE NÃO FIZ NADA PELO TOMBAMENTO DO TEMPLO DE MESTRE JARDECILHA. O QUE IMPEDE NA CONSTRUÇÃO DO DIÁLOGO INTERRELIGIOSO NO ESTADO DA PARAÍBA ANTES DE TUDO É A GUERRA DE VAIDADES: "CARTA ABERTA AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR PREFEITO CONSTITUCIONAL DO MUNICÍPIO DE ALHANDRA – PB (marcelo.prefeito@alhandra.pb.gov.br; mizaellmr@gmail.com) A Comissão de Promoção da Igualdade Racial e da Diversidade Religiosa da OAB/PB vem por meio desta solicitar a V. Exa., que na condição de representante do executivo Municipal,

A DESCRIÇÃO DA BAÍA DE GUANABARA POR JEAN DE LÉRY

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A DESCRIÇÃO DA BAÍA DE GUANABARA POR JEAN DE LÉRY Eu tenho fixação na Baía de Guanabara. Não é pela qualidade do banho, obviamente, porque na Paraíba tenho águas limpas e quentinhas. Mas as marolas escuras e o cheirinho típico me traz lembranças da infância. Em "O Triste Fim de Policarpo Quaresma" de Lima Barreto, há referência às águas da Baía de Guanabara como escuras e crespas e o cheirinho típico é descrito por Luís Edmundo em 1904 quando na obra "O Rio de Janeiro do Meu Tempo" fala sobre uma "socialite" da época que evitava tomar o caminho de Botafogo para evitar sentir o cheirinho de nossa Baía. Interessante, porque na minha ignorância, como nasci após o processo de poluição das águas, acreditava que a cor e o cheiro se devessem a isso. Jean de Léry, religioso calvinista que passou um tempo entre tamoios e no Forte Coligny no tempo da França Antártica, descreve com riqueza de detalhes na obra "Viagem à Terra do Brasil" a fauna da Baía

LUIS EDMUNDO

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LUIS EDMUNDO A necessidade de falar no grande cronista carioca Luis Edmundo é que como atualmente ninguém consulta autores antigos, ele tem sido plagiado, ainda que seja citado em referências bibliográficas. Luis Edmundo, ao lado dos contemporâneos João do Rio e Lima Barreto, foi um dos grandes cronistas que o Rio de Janeiro teve na década de 1900. Por essa razão, disponibilizo aqui link do Senado Federal onde sua obra de 1904 intitulada "O Rio de Janeiro do meu tempo" pode ser acessada. Boa leitura. https://www2.senado.leg.br/bdsf/item/id/1071 Laura Berquó

DIÁRIO DE NAVEGAÇÃO DE PERO LOPES DE SOUSA

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"DIÁRIO DE NAVEGAÇÃO" de PERO LOPES DE SOUSA. Foi escrito a partir de 03.12.1530 e termina aproximadamente em 24.01.1532. Narra a expedição de seu irmão MARTIM AFONSO DE SOUSA que recebeu a atribuição de Dom João III de Portugal de iniciar oficialmente a colonização do Brasil, sendo 2 marcos a fundação da Vila de São Vicente em 22.01.1532 por Martim Afonso de Sousa (relatada na obra) e em Pernambuco por Duarte Coelho anos depois em 1535. PERO LOPES DE SOUSA tem importância para a história da Paraíba e Pernambuco, porque foi o primeiro donatário da Capitania de Itamaracá, nunca tendo assumido a administração por ter morrido em 1539, sendo sucedido por seus filhos Pero e Martim, filhos com sua esposa Isabel de Gamboa. O estilo da obra é descritivo, próprio do Quinhentismo/Classicismo português. Relata condições meteorológicas diárias. Relata o encontro de espanhóis que iriam explorar o Rio Marañon (Amazonas), o ataque de piratas franceses na altura que acredito ser a Paraíba,

OS CARIRIS E A EXTINÇÃO DA LÍNGUA

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OS CARIRIS E A EXTINÇÃO DA LÍNGUA Recentemente conclui a leitura da obra "30 ANOS DE PARAÍBA" escrita pelo engenheiro, etnólogo e arqueólogo francês LEON CLEROT, que desde os anos 1930 prestou inúmeros trabalhos e pesquisas importantes na área de geologia, minerologia, palenteologia e etnologia em terras paraibanas resultando nesse trabalho escrito em fins da década de 1960. Além da denúncia do descaso das autoridades governamentais com a riqueza pré-histórica paraibana, como fósseis de diferentes espécies de dinossauros descobertas em zonas fisiográficas diversas na Paraiba, bem como a passagem humana pré-histórica e pré-cabralina dos Cariris descobertas em propriedades privadas a partir da área de caatinga litorânea, causando perdas irreparáveis. Os Cariris, segundo as pesquisas arqueológicas, tinham costumes semelhantes aos povos originários amazônidas como a cerâmica em mesmo estilo, produção de muiraquitã, forma de enterrar suas múmias em urnas (tudo destruído por pro

O GENRO JUDEU DE MARTIM AFONSO DE SOUSA

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(Martim Afonso de Sousa) O GENRO JUDEU DE MARTIM AFONSO DE SOUSA Martim Afonso de Sousa (ou Souza) chega a São Vicente em fins de janeiro de 1532 para "fundar" a primeira vila oficial do Brasil: São Vicente. Falo oficial, porque São Vicente e Cananéia já existiam em São Paulo fundadas por Cosme Fernandes Pessoa, marido de Terebê Piquerobi e genro de Piquerobi. Piquerobi merece uma "releitura", mas foi resgatada sua imagem de herói sobretudo com a tentativa de transformarem Amador Bueno em "Rei", já que descendia de Piquerobi, um legítimo rei brasileiro. Muito interessante inclusive o estudo que João Mendes de Almeida Júnior dedica a Piquerobi, colocando sua primazia sobre Tibiriçá, na obra que viria a consagrar a teoria do indigenato: " Os Indígenas do Brazil". Mas Piquerobi com certeza tinha ciência do tráfico de indígenas escravizados por seus genros antes mesmo do início oficial da colonização em 1532, até porque era muito próximo de Cosme

PEDRO POTY

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(Pedro Souto Maior) PEDRO POTY Geralmente quando se fala em invasão holandesa no Nordeste nos remetemos sempre a Pernambuco. Porém, é inegável a participação de Potiguaras paraibanos que se aliaram aos holandeses. Na Paraíba se costuma minimizar a influência holandesa, pelo "curto" período de 20 anos que aqui passaram. Estou ainda para ler "História das Lutas com os Holandeses no Brasil" de Varhagen. Fica como leitura para o recesso forense. Mas não se pode minimizar a influência holandesa na Paraíba, haja vista que antes mesmo da anexação da Paraíba a Pernambuco em 1756-1799, a vinda dos holandeses foi a primeira causa para interromper o desenvolvimento econômico da Paraíba frente a Pernambuco, reconfigurando as propriedades e concessões de sesmarias conforme se verifica primeiro em Elias Heckermans (1639) e em Walfredo Rodriguez em "Roteiro Sentimental de Uma Cidade". Segundo Walfredo, após a expulsão holandesa em 1654, temos um período chamado Rest

GENEALOGIA: OS DESCENDENTES DOS FUNDADORES DO RIO DE JANEIRO NA PARAÍBA

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(Ex-Governador José Américo de Almeida. Foto internet) GENEALOGIA: OS DESCENDENTES DOS FUNDADORES DO RIO DE JANEIRO NA PARAÍBA O estudo da genealogia é algo viciante. Você consegue entender a formação da elite política e social desde o tempo colonial no país em sua fase inicial. Sobretudo no Nordeste onde os casamentos endogâmicos entre as famílias estabelecidas em Olinda iniciada a colonização com Duarte Coelho se espalharam por toda a região. Diferente não foi com os descendentes da primeira elite colonial do Rio de Janeiro conforme se verifica nos estudos do Professor João Fragoso da UFF e nas árvores genealógicas. Muitos casamentos endogâmicos ocorreram entre essas famílias que se fixaram no Recôncavo da Guanabara, sobretudo porque houve uma grande quantidade de cristãos-novos assim como no Nordeste, sendo que no Nordeste parece ter havido maior endogamia. Meu hobbie é pesquisar no Family Search e em outros sites de genealogias o início da nossa colonização através dessas árvor

A PARAÍBA "HOLANDESA" AO TEMPO DE ELIAS HECKERMAN

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"DESCRIÇÕES GERAIS DA CAPITANIA DA PARAÍBA" foi escrita em 1639 pelo Governador/ Capitão-Mor holandês ELIAS HECKERMAN. É um dos poucos documentos descritivos sobre a Capitania Real da Paraíba no período do domínio holandês (1634-1654). Trata da chegada dos holandeses pelo Varadouro, entrando o Rio Paraíba em 22.12.1634. Descreve toda a capital daquela época e os prédios existentes. Ele morava no Convento de São Francisco, onde se instalaram os dirigentes holandeses. A obra está dividida em 03 partes: a primeira trata dos aspectos gerais (história desde a conquista, senhores de engenho do período português/espanhol e do período holandês e seus respectivos engenhos com as devidas mudanças com a invasão holandesa, descrição geográfica da Paraíba do litoral sul ao litoral norte, indo até a região do brejo e agreste próximo ao que é hoje Campina Grande e Alagoa Grande, descrição das bacias hidrográficas do Rio Paraíba, Mamanguape, Mumbaba, Tibiri, Gramame, Miriri, etc, bem como

O DISCURSO DE CATHARINA MOURA

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O DISCURSO DE CATHARINA MOURA. A primeira advogada paraibana se formou em 1911. Era uma mulher de classe média e negra. Nas 03 primeiras décadas do século XX, as mulheres na Paraíba que desafiaram padrões eram em sua maioria negras. Estive no Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba, a casa mais antiga de cultura em funcionamento em solo tabajarino. Fui atrás do exemplar de A União de 30.03.1913 em que foi registrado o discurso de Catharina em defesa pelo voto feminino, proferido por aqueles dias em Congresso realizado no Theatro Santa Rosa na Capital paraibana. Catharina de Moura antecede Berta Lutz na luta pelo voto feminino e apresenta um feminismo difuso, próprio das mulheres da condição social de Catharina, em contraposição ao anarcofeminismo e feminismo burguês que também repercutiram nacional e internacionalmente. Que tristeza verificar que o volume encadernado que traz a pioneira paraibana na advocacia, formada pela Faculdade de Olinda, encontra-se com muitas páginas esf

100 ANOS DO AMOR TRÁGICO DE ÁGABA E SADI

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Foto de Ágaba 100 ANOS DO AMOR TRÁGICO DE ÁGABA E SADI No prédio do Tribunal de Justiça, até umas décadas, segundo me contou certa vez o historiador Humberto Mello, havia um buraco provocado por um dos tiros dados contra Sadi Castor. Em 22.09.2023 completou 100 anos da tragédia de amor de Ágaba de Medeiros, normalista de 16 anos e Sadi Castor, estudante do Lyceu Parahybano, morto aos 23 anos. No dia 22.09.1923 ocorreu o assassinato de Sadi na atual Praça Joao Pessoa, onde estudantes do Lyceu Parahybano (funcionava no predio que serviu à Faculdade de Direito da UFPB) e da Escola Normal (prédio do atual TJPB) se encontravam. Foi uma das tragédias de amor que mais tiveram repercussão na Paraíba: o assassinato de Sadi Castor e o suicídio de Ágaba Medeiros, este em princípios de outubro de 1923. A ordem dada pelo Monsenhor Milanes, diretor da Escola Normal, de defender a "honra" e bons costumes das normalistas que iam até à Praça paquerar os rapazes do Lyceu e vice-versa, f

AS SANTAS INOCENTES DA PARAÍBA: 100 ANOS DO SUPLÍCIO DE FRANCISCA MARTA

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AS SANTAS INOCENTES DA PARAÍBA: 100 ANOS DO SUPLÍCIO DE FRANCISCA MARTA COMO DEVOTA DAS MENINAS FRANCISCA MARTA E MARIA DE LOURDES, DUAS MENINAS PARAIBANAS QUE FORAM TORTURADAS E VIERAM A FALECER, VENHO FALAR DAS SEMELHANÇAS QUE UNEM ESSAS DUAS HISTÓRIAS, JÁ QUE COMPLETA 100 ANOS DO SUPLÍCIO DE FRANCISCA MARTA QUE FOI MORTA EM 11.10.1923, EM PATOS (SERTÃO PARAIBANO), APÓS UMA SESSÃO DE SURRA DADA POR SUA PATROA DOMILA EMERECENCIANO. SEU CORPO FOI DEIXADO SOBRE UMAS PEDRAS EM ÁREA NA SAÍDA DA CIDADE SOBRE A QUAL HOJE TEMOS A SUA CAPELA. O CORPO FOI DEPOSITADO ALI PELO MARIDO DE DOMILA, ABSALÃO. JÁ MARIA DE LOURDES, NATURAL DE TEIXEIRA (PARAÍBA) FOI ASSASSINADA DEPOIS DE UMA SESSÃO DE ESPANCAMENTO POR 04 POLICIAIS (POLÍCIA DE MENORES), AQUI NA CAPITAL EM UM SÁBADO DE 1965. SEU TÚMULO JÁ ERA VISITADO NA DÉCADA DE 1960, PORQUE FORAM ATRIBUÍDOS VÁRIOS MILAGRES À MENINA LOURDINHA. A MORTE TRÁGICA DE CRIANÇAS SEMPRE SENSIBILIZA A POPULAÇÃO E AO MESMO TEMPO INCONSCIENTEMENTE ACREDITAMOS

A TRAGÉDIA DE ANTENOR NAVARRO

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(Foto Wikipédia) A TRAGÉDIA DE ANTENOR NAVARRO Em 26 de abril de 1932, morreu de um trágico acidente aéreo o Interventor da Paraíba Anthenor de França Navarro e um dos líderes da Revolução de 1930. Se não me falha a memória, foi um dos 03 Governadores/Interventores/Presidentes do Estado da Paraíba que teve morte trágica ao lado de João Pessoa e João Suassuna. A título de curiosidade e tentando entender alguns acontecimentos, no caso de Antenor Navarro há uma coincidência na origem comum de Tiradentes e Getúlio Vargas que é o fato de descenderem de Antônia Rodrigues (Ussú Piquerobi) e do português Antônio Rodrigues. Antônia Rodrigues era filha do Morubixaba Piquerobi, assassinado por seu irmão, o Morubixaba Tibiriçá, ambos meus décimos-sexto avós. Apesar de Antônia Rodrigues estar situada na genealogia Vicentina, descendentes do casal Antônia Rodrigues e Antônio Rodrigues migraram para a Paraíba no fim do século XVII/ início do século XVIII. As mortes trágicas de lideranças e polí

A REVOLUÇÃO DE 1930

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A REVOLUÇÃO DE 1930. Dia 26.07, a Paraíba completou 93 anos da tragédia de 1930. No dia 06.10.2023, igualmente completou 93 anos do suposto suicídio de João Dantas em prisão no Recife. A Paraíba nasceu de uma grande tragédia (1574 - Tragédia de Tracunhaém), originando a Capitania Real da Parahyba, devido à valentia da etnia Potiguara e a beleza de uma jovem indígena. Capitania Real porque passou a ser administrada diretamente pela Metrópole. As tragédias continuaram por séculos como o grande massacre dos Cariris, conhecido como Confederação dos Bárbaros que durou meio século e foi objeto de obra de Escragnolle-Taunay. Segundo Gilvan de Britto, foi a maior tragédia paraibana. Seguiram outras tragédias, inclusive de amor. O assassinato do Presidente da Parahyba, João Pessoa, serviu de pretexto para o golpe de Getúlio em 1930 e a inauguração de uma nova fase ditatorial no país. Na tragédia de 1930, a Parahyba chorou (dependendo do lado de cada um), a morte de 3 Joãos: Pessoa, Dantas e

O DEPÓSITO DA FÉ EM MARIA

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O DEPÓSITO DA FÉ EM MARIA Há muito fiz um arremedo de informações sobre Mariologia e meditei sobre um dos dogmas da Igreja Católica: a Virgindade de Maria. Ao lado da maternidade, da Imaculada Conceição e da Assunção, temos o da virgindade que para muitos têm servido como dogma e assim é uma verdade inalienável, colhida com base nas Sagradas Escrituras e na Sagrada Tradição. O dogma é um instrumento de meditação para compreensão dos mistérios e estes sempre nos reconduzem ao caminho da reintegração com o Divino. Mas a virgindade de Maria para outros tem sido entendida como uma aberração da natureza, pois não haveria no mundo mulher que desse à luz em tal condição. Tal ceticismo foi muito bem retratado no Protoevangelho de Maria, um texto apócrifo Proto- Evangelho de Tiago (A História do Nascimento de Maria) quando narra que uma mulher de nome Salomé ao duvidar da castidade da mãe do Cristo tenta penetrá-la com a mão e constata a virgindade de Nossa Senhora mesmo após o parto e em s

ONDE ACESSAR O BANDARRA?

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(Autoria Fernando Pessoa/Alberto Caeiro. Foto Wikisource) ONDE ACESSAR O BANDARRA? Compartilho com vocês endereços acessíveis para localizar as trovas de Gonçalo Annes, o Bandarra. Ele que foi sapateiro e profeta em Trancoso (Portugal) nascido em 1500, é um dos homenageados por Fernando Pessoa (Alberto Caeiro) com um poema na obra Mensagem, como arauto do retorno de Dom Sebastião. Bandarra foi processado pelo Tribunal do Santo Ofício, mas sem maiores consequências. É meu décimo-quinto avô pelos estudos genealógicos. Os endereços que podem ser acessados ou jogados no Google para baixarem suas trovas são: bandarra-trovas-profeticas-do-sapateiro-de-trancoso.pdf https://www.academia.edu/43120586/Guimar%C3%A3es_Pessoa_Editor_6_Trovas_do_Bandarra Hoje vou dedicar meu domingo lendo a primeira indicação (27 laudas) com as trovas compiladas, sem as notas e comentários da segunda sugestão que ficam para outra oportunidade. Laura Berquó

DOM MANUEL, O VENTUROSO: O AVÔ DO NORDESTE LUSO-BRASILEIRO

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DOM MANUEL, O VENTUROSO: O AVÓ DO NORDESTE LUSO-BRASILEIRO Dos colonizadores empobrecidos (mas nobres ou aventureiros) ou cristãos-novos fugidos que aqui chegaram a partir de 1532 (São Vicente) e 1535 (Olinda), a maioria traz o DNA mesclado com o de Dom Egas Moniz IV, o Aio. Depois do Aio, o DNA mais comum é de Dona Tereza e Dom Henrique de Borgonha, pais de Dom Afonso Henriques. Depois temos os irmãos Dona Urraca e Dom Afonso Henriques se sobressaindo em árvores genealógicas de origem Vicentina ou Pernambucana. Mas no Nordeste em específico (a partir de Olinda) temos como grande "Avô" a Dinastia de Avis. Se o Brasil luso traz a ancestralidade comum da Dinastia de Borgonha, o Nordeste traz a Dinastia de Avis. Embora Branca Dias seja a matriarca judia mais famosa do Nordeste, todas as famílias que têm origem no início da colonização luso-brasileira nordestina (a partir de Pernambuco com a vinda de Duarte Coelho em 1535) e criaram uma elite política regional, têm sua origem

O MUNDO DO TRABALHO E A MÚSICA: SAN REMO 70

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O MUNDO DO TRABALHO E A MÚSICA Hoje trago a Greve Geral Italiana que em novembro de 1968 fez cair todo o gabinete do Primeiro-ministro italiano Giovanni Leone. Mais de 1 milhão de pessoas cruzaram os braços (ver Folha de São Paulo) . O Governo não se sustentou. Virou tema de canção no Festival de San Remo em 1970, "Chi Non Lavora, Non Fa L'Amore" de autoria de Adriano Celentano e Claudia Mori cantado pelo grupo "I Ragazzi". A canção foi a campeã do Festival de San Remo 1970. O que chama a atenção na música é a condição social dos operários, ainda predominantemente responsáveis pelo sustento da família, enquanto as mulheres cuidavam da economia doméstica. A música retrata questão de classe e de gênero." A tradução pode ser conseguida na internet. Laura Berquó