"O SUBTERRÂNEO DO MORRO DO CASTELO" POR LIMA BARRETO

Do grande Afonso Henriques de LIMA BARRETO a coletânea de crônicas intituladas "O SUBTERRÂNEO DO MORRO DO CASTELO" publicadas no Jornal Correio da Manhã no período de maio a junho de 1904, inaugura sua produção literária. Na gestão do Prefeito Francisco Pereira Passos foi construída a Av. Central (hoje Rio Branco), dando início à modernização do Centro da cidade do Rio de Janeiro que por questões sanitárias também era do interesse do Presidente Rodrigues Alves. Tem início então para a construção da Avenida parte da demolição do Morro do Castelo, que só foi demolido de vez em 1922 na gestão do Prefeito Carlos Sampaio. Com a demolição em 1904 são encontradas algumas galerias subterrâneas fazendo reacender o interesse de arqueólogos, caça-tesouros e engenheiros, haja vista que desde o tempo do Marques de Pombal, quando os Jesuítas foram expulsos, os cariocas acreditavam que os religiosos haviam deixado para trás joias, pedras preciosas, relíquias e documentos históricos do Rio que foram escondidos desde a invasão dos franceses no início do século XVIII comandada por Duclerc, criando o autor um romance ambientado nesse período. Lima Barreto ironiza o espiritismo kardecista. No início do século XX o "sobrenatural" embalava a curiosidade de todos, e se faz supor ironicamente que o Engenheiro Paulo de Frontin seria o próprio Pombal que agora descobriria os tesouros escondidos pelos Jesuítas do Castelo para restituir à Ordem. No fim, só encontram de valor nas galerias 1 crucifixo de ouro (8cm) apropriado por Rodrigues Alves e 1 candieiro de ferro apropriado por Paulo de Frontin, gerando revolta de Lima Barreto que dizia que os objetos encontrados pertenciam ao povo brasileiro e deveriam estar em um museu. Laura Berquó

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