A ABIKUNIDADE E O FIM DA DINASTIA DE AVIS

Dom Sebastião, o Desejado (Gravura Internet) A ABIKUNIDADE E O FIM DA DINASTIA DE AVIS Para nós, integrantes do Candomblé, existe um fenômeno chamado Abikunidade ou abikuidade. Existem sociedades no plano espiritual chamadas Egbé Orum. No plano material vivemos em Egbé Aiyé. Egbé significa comunidade. Os abikus também têm sua própria comunidade em Egbé Orum. Ressalte-se que no Orum também não existe um único Egbé como dito, tendo Egbé-abikú e outros. Uma pessoa abikú tem seu destino marcado por mortes no parto (da criança ou da mãe), abortos, mortes ainda em tenra idade, e não raro mortes trágicas na vida adulta às vésperas de grandes eventos ou sem maiores explicações até verificarmos esses históricos familiares. O que para alguns já seria uma característica para abikús que sobrevivem à idade infantil, provocando sofrimento aos que ficam. No caso da Dinastia de Avis é facilmente verificável a existência da abikunidade ou abikuidade. Na verdade o fim da Dinastia de Avis chega com o desaparecimento de Dom Sebastião, o Desejado, aos 24 anos na Batalha de Alcácer Qibir em 1578. Após esse fato, seu tio Arcebispo governa por 2 anos Portugal até cair nas mãos de Dom Felipe da Espanha a Coroa Portuguesa. Dom Sebastião era o único fio de esperança da Dinastia de Avis. Por isso ao nascer recebeu o apelido de "O Desejado". Seu pai, João Manuel, filho de Dom João III, morreu na fase adulta antes mesmo de conhecer o filho. Mas e os outros possíveis herdeiros de Dom João III? Porque não vingou a Dinastia de Avis, tendo fim no século XVI? A Dinastia de Avis esteve por um fio até Dom João II de Portugal decidir fazer seu sucessor seu primo e cunhado Dom Manuel, o Venturoso em 1595. Dom João III é filho de Dom Manuel. Ocorre que os filhos de Dom João III morriam em tenra idade ou no parto ou antes dos 2 anos. Os que sobreviveram na fase adulta, morreram também, restando apenas Dom Sebastião como depositário da Dinastia de Avis, tendo morrido aos 24 anos, pondo fim aos quase 200 anos de uma história iniciada por 1583 após o fim da Dinastia de Borgonha. O único ramo provável de descendentes da Dinastia de Avis é o ramo ilegítimo de Dom João III. Ultra católico, sua filha judia tida antes do casamento, teve que se exilar nas Ilhas Madeiras. Como não finalizei as pesquisas em busca de descendentes nas árvores genealógicas, possivelmente voltarei a esse assunto. Laura Berquó

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