'HISTÓRIA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO' DE 1926 POR DELGADO DE CARVALHO- PARTE 1 SÉCULO XVI

"História da Cidade do Rio de Janeiro" de 1926, de autoria do brasileiro nato, nascido na França, Prof. Carlos Delgado de Carvalho (1884-1980) era um livro adotado no Ensino Primário no antigo Distrito Federal na antiga 4ª série como estudo introdutório para História do Brasil. O livro tem uma linguagem e traz informações cujo nível é muito além do que se espera para 4ª série primária o que me faz questionar por que atualmente o nível de ensino e leitura caíram tanto. O livro aborda desde 1500 até 1926, sendo a segunda edição de 1990 pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro. Falarei sobre o século XVI e retornarei a esta obra pra tratar dos séculos seguintes. Em 1504 a Baía de Guanabara recebeu seu segundo nome como Baía de Santa Luzia. Ocorre que nos idos de 1502 já havia sido avistada a sua entrada nos idos de janeiro, batizada como "rio" de Janeiro. A colonização do lugar tem início com a chegada em 1531 de Martim Afonso de Souza, seu primeiro donatário, que se estabeleceu próximo ao Rio Comprido. No ano seguinte Martim Afonso de Souza resolve se mudar para São Vicente. Antes o Rio de Janeiro já era frequentado por marinheiros que se estabeleciam para buscar água próximo ao Rio Carioca que deságua na atual Praia do Flamengo chamada à época de praia dos Marinheiros. Li em outra fonte que até o século XVIII, resistiu na atual Praia do Flamengo na foz do Rio Carioca a primeira casa feita de pedras da América Latina. A cidade do Rio de Janeiro foi fundada em 1.03.1965 com o nome de São Sebastião do Rio de Janeiro em honra a Dom Sebastião. Devido a escolha do padroeiro em homenagem ao rei, foi marcado para o dia 20.01.1967 o enfrentamento em Uruçumirim (atual Outeiro da Glória) com os franceses e tamoios que já haviam se estabelecido no atual Outeiro da Glória, Praia do Flamengo e antigo Morro de São Januário (Castelo). Os portugueses tinham se fixado nas proximidades do Morro da Urca e Cara de Cão que naquele tempo eram ilhados, tendo sido um dos primeiros aterros da antiga Cidade. No conflito entre portugueses apoiados por temininós (com participação do Cacique Arariboia, conforme outra fonte) e franceses apoiados por tamoios, venceram os portugueses e temininós o que determinou depois a servidão dos tamoios segundo o autor. Nessa batalha saiu ferido vindo a morrer 01 mês depois o primeiro gestor da cidade, Estácio de Sá. Sucedeu como gestor Salvador Correia de Sá que governou a cidade por diversas vezes e também era sobrinho de Mém de Sá e segundo o autor foi um grande gestor e que teria tido como política poupar vidas de indígenas. Ainda já próximo a fins do século XVI, houve diversas tentativas de invasão pelos franceses que continuaram até o século XVII. Numa defesas da cidade tomou a liderança Inês de Souza, esposa de Salvador Correia de Sá que reuniu mulheres com arcos e flechas para se defender dos franceses e que à noite na praia espalhavam tochas acesas para darem a impressão que existia um número considerável de cariocas na defesa da cidade. Os franceses então após 15 dias se retiraram com seus navios. No final do século XVI (1501-1600) a população carioca era de 3850 pessoas, sendo 3000 indígenas tamoios e temininós) 750, portugueses e 100 negros escravizados de Angola. A razão, segundo o autor, para que a cidade nascesse no atual lado da Baía de Guanabara nos morros da Urca e Cara de Cão e não do lado de Niterói onde os franceses não tinham ocupado, se deu justamente pela facilidade de localizar água na foz do Rio Carioca dentre outros, significando Niterói "águas escondidas", além de que a Baixada de Macacú era um impedimento natural entre Niterói e o restante da capitania em torno da Baía, pela via terrestre. Após a expulsão em 20.01.1567 dos franceses, o núcleo original da cidade se muda dos arredores ilhados do Morro da Urca e do Morro Cara de Cão para o local antes ocupado pelos franceses, no caso o Morro do Castelo, sendo aberta as primeiras 03 artérias da cidade, sendo a primeira a Ladeira da Misericórdia. (Foto Internet) Laura Berquó

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